segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cólera já matou 141 pessoas, oito das quais desde segunda-feira

O número de mortos provocados pela cólera na Guiné-Bissau aumentou para 141, contra os 133 registados no início da semana, segundo os últimos números divulgados hoje pela Direcção de Higiene e Epidemiologia do país. O número de pessoas que também já estiveram contaminadas com a doença aumentou para 7823, mais 647 do que na segunda-feira. A capital, Bissau, continua a ser a região mais afectada pela epidemia, já declarada fora de controlo por vários especialistas de organizações internacionais que estão a trabalhar em conjunto com as autoridades guineenses.


Segundo os dados da Direcção de Higiene e Epidemiologia, morreram em Bissau 45 pessoas devido à cólera, mais cinco em relação a segunda-feira e estão infectadas 5364. "A situação ainda não mudou muito. Ainda estamos a ter muitos casos confirmados de cólera e a situação ainda não está bem controlada", afirmou Janus Ortiz, dos Médicos Sem Fronteiras. "Temos vários doentes de muitos locais de Bissau, mas a maioria dos casos são provenientes da zona do Bandim", disse. "Temos aproximadamente 89 pessoas internadas, entre casos severos e moderados de cólera", referiu a enfermeira, que coordena igualmente o local da triagem dos casos. Segundo Janus Ortiz, nos dias a seguir à chuva ingressam muitos casos e hoje o hospital está a "receber muitos doentes", mas o feriado de quarta-feira, dia da independência do país, também contribuiu para este aumento. "As pessoas comeram peixe mal cozinhado e isso, aliado à chuva, aumenta os casos de cólera", disse.


Questionada sobre as dificuldades para controlar a cólera, a enfermeira explicou que uma das principais "complicações" é a mistura de doentes, que aumenta o risco de contaminação, e a falta de recursos humanos. A enfermeira salientou também que quando falamos de mais de sete mil pessoas infectados são casos contabilizados desde o início da epidemia, em Maio, e que essas pessoas já receberam tratamento. A epidemia de cólera no país começou em Maio no sul, depois de várias pessoas daquela zona terem participado num funeral no norte da Guiné-Conacri. Os responsáveis sanitários guineenses têm defendido que a cólera só deverá abrandar em Outubro, com o final da época das chuvas.

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