segunda-feira, 29 de junho de 2009

Primeiras contagens em Bissau confirmam três favoritos


As primeiras e muito provisórias contagens de votos confirmam a supremacia dos três principais candidatos sobre os oito restantes concorrentes à Presidência da Guiné-Bissau: Henrique Rosa, Malam Bacai Sanhá e Kumba Ialá.

“Henrique Rosa, Malam Bacai Sanhá, Kumba Ialá”, o presidente da mesa número 1 do círculo 24, em Bissau, repetia estes nomes, à medida que contava os quase 300 votos depositados na urna, diante de uma pequena multidão, que incluía representantes dos partidos, observadores internacionais, curiosos e jornalistas.

De vez em quando, muito raramente, o responsável pela mesa anunciava um voto noutro candidato ou um voto nulo e a multidão sorria com a quebra da rotina.

“Temos um voto nulo; João Cardoso, três votos; Francisca Vaz Turpin, dois votos; Braima Djaló, um voto; Iaia Djaló três votos, Malam Bacai Sanha, 98 votos; Henrique Rosa, 123 votos e Kumba Ialá 54 votos”, anunciou a mesa no final da contagem.

Os resultados finais deverão ser anunciados nos próximos dias e se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos votos, realiza-se um segundo turno em 2 de Agosto.

O novo Presidente, que substitui Nino Vieira, assassinado em Março, deverá ser um destes candidatos: Malam Bacai Sanhá (PAIGC), Kumba Ialá (PRS) e Henrique Rosa (independente).

Comissão Nacional de Eleições prevê resultados até quinta-feira

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Orlando Viegas, disse hoje que até quinta-feira devem ser divulgados resultados parciais das eleições presidenciais.

“Acho que dentro de três a quatro dias estaremos em condições de começar a divulgar parcialmente os resultados”, afirmou Orlando Viegas, durante uma conferência de imprensa para fazer um balanço do dia de votação.

Orlando Viegas lembrou, contudo, que por lei a CNE tem entre sete a 10 dias para divulgar os resultados.

Mas, disse Orlando Viegas, “vamos tentar fazer o possível para conseguir divulgar antes”.

A Guiné-Bissau realizou eleições presidenciais antecipadas após o assassinato do presidente Nino Vieira, em 2 de Março, horas depois do chefe das Forças Armadas ter sido morto num ataque à bomba.

As eleições de hoje decorreram com transparência e normalidade, segundo os observadores, mas estima-se que tenha havido uma elevada taxa de abstenção dos eleitores guineenses, cerca de 40%.

domingo, 21 de junho de 2009

Inaugurada ponte Euro-Africana

Na Guiné-Bissau, as autoridades deram esta sexta-feira um passo importante na ligação rodoviária com o Senegal, a Gambia e Guiné-Conacri, com a inauguração da ponte Euro-africana sobre o rio Cacheu em São Vicente Norte da Guiné-Bissau.

Trata-se de uma ponte de 730 metros, financiada pela União Europeia no valor de cerca de 31 milhões de euros. Está assim materializado um sonho que começou nos anos 70, segundo oministro das infra-estruturas, transportes e comunicações, José António da Cruz Almeida.

“A ponte Euro-africana vai favorecer a integração regional, as trocas comerciais e económicas. Por outras palavras, uma maior circulação de pessoas e bens na região”, disse José António da Cruz Almeida.

A União Europeia investiu cerca de trinta e um milhões de euros na construção da referida ponte. Mas o delegado da União Europeia em Bissau, Franco Nulli, fez questão de advertir as autoridades da Guiné-Bissau que nenhuma infra-estrutura resolve por si só os problemas da Guiné-Bissau.

Problemas Políticos

Estes, disse, resolvem-se através de boas políticas de governação e com a construção de um clima de paz, unidade e estabilidade.

“Não há vontade, meios financeiros nem políticas de desenvolvimento que resistam a um ambiente hostil aos princípios de boa governação e propício à tentação de uso de violência".

"Apelo para que se persista nos esforços para criar condições propiciadoras de um clima de estabilidade e de confiança”, disseNulli.

Água potável

A população de São Vicente, que se dedica ao pequeno comércio nas margens do rio Cacheu, está satisfeita mas lamenta a impossibilidade de continuar com as suas actividades.

“Estamos satisfeitos com a ponte mas não vamos poder continuar com as nossas actividades. Pedimos ao governo que organizasse periodicamente feiras populares”, disse Binta.

Outra preocupação da população de São Vicente prende-se com a falta de água potável – questão que há três anos ficou resolvida com a utilização da moto-bomba da empresa construtora da ponte, a Soares da Costa.

Salifu Incuti pede que o estado intervenha junto da construtora para que essa bomba não seja retirada de São Vicente.

A ponte Euro-africana tem 730 metros de comprimento, 11 metros de largura total dividido em duas faixas de rodagem de três metros e meio e dois passeios.







FMI aprova plano de 1.950 milhões de euros de assistência financeira ao País

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou sexta-feira a aprovação de um plano de 1.950 milhões de euros de apoio ao programa económico para 2009 do governo da Guiné-Bissau.

O plano foi aprovado sob o programa de Assistência de Emergência Pós-Conflito (EPCA, sigla inglesa), que promove o reforço da capacidade institucional e administrativa, "necessária para sustentar a recuperação económica", acrescentou o FMI em comunicado.

"O apoio do FMI através da EPCA é uma peça-chave dos esforços concertados internacionais para garantir assistência financeira à Guiné-Bissau", refere a organização, sedeada em Wasghinton, Estados Unidos.

O vice-director-gerente do FMI, Murillo Portugal, considerou que a Guiné-Bissau enfrenta uma "extremamente difícil situação económica e fiscal".

"Algum progresso foi feito durante o programa da EPCA em 2008 na reforma fiscal e na gestão mas os desenvolvimentos económicos globais, especialmente a menor procura e os preços das exportações, deverão arrefecer significativamente o crescimento e pressionarem a balança de pagamentos, num quadro fiscal já apertado", referiu o brasileiro Murillo Portugal.

O FMI encontrou sinais encorajadores de "recentes progressos nas reformas estruturais" que demonstraram que "as autoridades têm capacidade para implementar o programa proposto".

"Um forte compromisso da comunidade internacional é essencial para o sucesso do programa apoiado pela EPCA", defendeu Murillo Portugal, deixando a porta aberta a um eventual alívio da dívida, caso se verifique um desempenho satisfatório daquele programa.

sábado, 6 de junho de 2009

«Não podia ser pior o que aconteceu», afirma a CPLP


O que aconteceu hoje na Guiné-Bissau "não podia ser pior", disse à agência Lusa o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Domingos Simões Pereira.

"Acho que não podia ser pior. Isto constituiu uma contrariedade muito forte nos desígnios da Guiné-Bissau e, com certeza, também da comunidade internacional que acompanha a situação", disse.

Com eleições presidenciais marcadas para o próximo dia 28, a Direcção-Geral dos Serviços de Informação do Estado guineense anunciou ter inviabilizado uma tentativa de golpe de estado, tendo um candidato presidencial, Baciro Dabó, e um antigo ministro da Defesa, Hélder Proença, sido abatidos por militares, por "terem resistido às forças de segurança".


Quanto à manutenção da data das eleições, Domingos Simões Pereira salientou que "feita a avaliação por parte das autoridades nacionais, estabelecido o consenso no estrito respeito da lei, se as autoridades entenderem que há condições para se avançar e cumprir o prazo estabelecido, não será a CPLP a colocar qualquer tipo de reticências".

Quanto ao envio de um contingente militar estrangeiro para o país, o secretário-executivo destacou que a Guiné-Bissau "é um Estado soberano que se rege por um conjunto de regras".

"Apesar dessas regras muitas vezes serem violadas, temos um interlocutor, que até prova em contrário é um interlocutor válido, que é o Governo e as outras instâncias de poder do país. Vamos ter que respeitar aquilo que nos dizem", destacou.

"Agora, numa reunião de avaliação da situação, se se entender que aquilo que antes foi declarado incompatível é hoje já aceitável, nós estaremos preparados para falar com o Governo e ver como equacionar" o apoio ao envio de um contingente militar estrangeiro, concluiu.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

«Dabó e Hélder Proença morreram por terem resistido a ordem de prisão»

O governo da Guiné-Bissau informou hoje que Baciro Dabó e Hélder Proença morreram por terem resistido à ordem de prisão por envolvimento numa alegada tentativa de golpe de Estado e que pediu ao Ministério Público para instaurar inquéritos.


“O Conselho de Ministros tomou conhecimento, através das chefias militares e responsáveis da Segurança de Estado, que estava em curso no país uma tentativa de golpe de Estado e que as mortes de Baciro Dabó, deputado da nação e ministro da Administração Territorial, Hélder Proença, entre outras, ficaram a dever-se ao facto de, presumivelmente, terem tentado resistir à ordem de prisão, enquanto outros mentores se terão entregues sem qualquer resistência”, refere o governo em comunicado.

“(…) O Conselho de Ministros teve a oportunidade de escutar gravações, envolvendo os principais protagonistas, através das quais se poderá inferir os seus propósitos, tendo com efeito condenado qualquer acto tendente a alterar a ordem constitucional, por vias não legais”, refere o comunicado o governo guineense.

No documento, o governo lamenta o “trágico acontecimento, que vitimou duas personalidades políticas e de quem ainda se esperava uma contribuição valiosa para o processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau”.

“O Conselho de Ministros insta o Ministério Público no sentido de instaurar inquéritos, susceptíveis de conduzirem ao esclarecimento da situação e consequente responsabilização criminal, se for o caso, dos implicados na intentona”, concluiu o governo guineense.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

CATARINA FURTADO EMBAIXADORA DA BOA VONTADE INAUGURA BLOCO OPERATÓRIO DO HOSPITAL DE GABÚ


01/06/09, 08:46
OJE/Lusa
A apresentadora de televisão e embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtada, chega hoje à Guiné-Bissau para inaugurar o bloco operatório do hospital de Gabu, nordeste do país.

O bloco operatório foi financiado pela cooperação portuguesa e pela RTP e integra um programa do FNUAP que visa reduzir a mortalidade das mulheres grávidas e recém nascidos na Guiné-Bissau.

Segundo os indicadores das Nações Unidas, um em cada 13 partos na Guiné-Bissau acaba com a morte da mulher e apenas 39% dos nascimentos ocorrem com algum tipo de assistência médica. Cerca de 24% das crianças morrem antes de completarem cinco anos de vida. Nos três casos tratam-se de taxas que estão entre as mais altas do mundo.

Durante a sua deslocação, Catarina Furtado fará igualmente recolha de imagens para o projecto "Reforço de Cuidados Obstétricos e Neonatais de Urgências nas regiões de Oio e Gabu", para uma série de quatro documentários intitulados "Dar Vida sem Morrer" a passar pela RTP.

O objectivo do projecto é melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços de cuidados de saúde reprodutiva, materna, obstétricos e neonatais.

Durante a sua estadia em Bissau, que termina sexta-feira, Catarina Furtado manterá encontros com elementos das Nações Unidas, ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Camilo Pereira, e com profissionais da área.