domingo, 31 de maio de 2009

ESTÁTUA DE CABRAL SAIU PELA PRIMEIRA VEZ DA AMURA


Guiné-Bissau: Estátua de Amílcar Cabral sai do quartel de Amura e é colocada na rua
26-05-09

A estátua de Amílcar Cabral, oferta do governo cubano, em 1985, saiu do quartel de Amura onde se encontrava desde então, para ser colocada numa praça ao lado do Aeroporto de Bissau. O acto inaugural aconteceu ontem, 25 de Maio, Dia de África, cumprindo-se assim um desejo do executivo de Carlos Gomes de Júnior de valorizar a figura do fundador da nacionalidade guineense. Um dos presentes no acto foi Iva Cabral, filha de Amílcar, que viajou de Cabo Verde para assistir a esta homenagem.

Oferta do governo cubano, a estátua de Amílcar Cabral estava no recinto do quartel de Amura, em Bissau, desde 1986, ano em que chegou ao pais. A decisão de colocar o monumento em lugar público foi promessa do actual primeiro-ministro e presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, de que caso eleito, no ano passado, iria resgatar e promover a memória de Amílcar Cabral.

Ao som do hino nacional, tambores e outros instrumentos folclóricos, notáveis políticos, diplomatas, membros da sociedade civil, religiosos e uma grande massa popular assistiram à cerimónia. A estátua, que tem 5,25 metros de altura, é de bronze e pesa duas toneladas. Foi colocada na entrada principal que dá acesso à capital guineense, junto ao Aeroporto Internacional «Osvaldo Vieira», escreve o jornalista Lassana Cassama.

Os familiares de Amílcar Cabral não faltaram à cerimónia. Iva Cabral, a filha do homem que dirigiu a luta pela independência da Guiné e Cabo Verde, não escondeu a sua satisfação. «É um marco importante. Um país sem história, deixa de ser país», disse. Para Fernando Delfim da Silva, estudioso e académico guineense, o acto representa uma «justiça histórica».

A cerimónia, que contou com a presença de Carlos Gomes Júnior, foi presidida pelo presidente da República Interino, Raimundo Pereira, que discursou no acto, realçando as qualidades humanas e politicas de Amílcar Cabral. A instalação da estátua custou ao Estado guineense 175 mil dólares.

A cerimónia culminou com a mudança do nome da avenida principal da capital, que passa agora a chamar-se «Combatentes da Liberdade da Pátria», substituindo assim o nome «14 de Novembro», alusivo ao dia em que Nino Vieira destituiu Luís Cabral em 1981, pondo assim fim ao projecto de unidade entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde.

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