terça-feira, 8 de setembro de 2009

Malam Bacai Sanhá tomou posse como Presidente

Bissau - Malam Bacai Sanhá tomou posse esta terça-feira como Presidente da República guineense, numa cerimónia que começou com três horas de atraso e que decorreu no Estádio 24 de Setembro, em Bissau.

Enquanto se preenchia o tempo para que a cerimónia arrancasse, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior foi circulando pelo estádio, segundo a Lusa abraçado ao líder do Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá, candidato derrotado na segunda volta.

Na cerimónia, que não começo à hora prevista devido ao atraso do chefe de Estado nigeriano, estiveram presentes os seus homólogos de Cabo Verde, Pedro Pires, Senegal, Abdoulaye Wade, Gâmbia, Yaya Jameh, Nigéria, Umaru Yar’Adua, Burkina Faso, Blaise Campaoré, e República Árabe Saraui Democrática, Mohamed Abdelaziz, bem como o vice-presidente do Parlamento angolano, João Lourenço, e o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

Também o primeiro-ministro da Guiné Conacri, Kobine Komara, o vice-primeiro-ministro timorense José Luís Guterres, o ministro moçambicano da Defesa, Filipe Nyusi, o duque de Bragança e o secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o guineense Domingos Simões Pereira. As Nações Unidas fizeram-se representar pelo secretário-geral adjunto para os assuntos políticos, o eritreu Hailé Menkerios e pela presidente da configuração específica da comissão para consolidação da paz para a Guiné-Bissau, Maria Luíza Viotti. .
As Nações Unidas fizeram-se representar pelo secretário-geral adjunto para os assuntos políticos, o eritreu Hailé Menkerios.

Os Estados Unidos, Canadá, Líbano, Reino Unido, Israel, Gana, Correia do Sul, Índia, Paquistão e o Japão estiveram representados pelos respectivos embaixadores ou encarregados de negócios, sendo que a maioria está baseado em Dacar, Senegal. Malam Bacai Sanhá, de 62 anos, é o quarto Presidente efectivo da Guiné-Bissau, depois de Luís Cabral, «Nino» Vieira e Kumba Ialá, e do dois presidentes interinos, Henrique Pereira Rosa e Raimundo Pereira.

O novo chefe de Estado irá coabitar com o Governo de Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, num sistema que ele próprio referiu como semi-presidencial. E é em conjunto que os dois homens terão de decidir se mantêm ou substituem o actual Estado-Maior General das Forças Armadas, chefiado por José Zamora Induta, capitão-de-mar-e-guerra, posto equivalente ao de coronel do Exército.

O boletim confidencial “Áfricamonitor intelligence” adiantava hoje, em Lisboa, que Sanhá deverá confirmar Zamora Induta e promovê-lo ao posto de almirante.

Os principais parceiros das Forças Armadas têm vindo a preconizar uma reforma das Forças Armadas, como forma de se contribuir para a estabilidade da Guiné-Bissau, que segundo a CIA é um dos seis países e territórios menos desenvolvidos do mundo, com um rendimento per capita inferior aos do Níger, da Serra Leoa e da Eritreia.

“As Forças Armadas da Guiné-Bissau são uma estrutura invertida, que tem muito mais oficiais e sargentos do que praças. Portanto, há que começar a trabalhar para inverter esta pirâmide numa pirâmide lógica, e o número de soldados tem que aumentar e o número de quadros de comando tem que diminuir”, disse em Julho o general espanhol Juan Verástegui, chefe da missão da União Europeia de apoio à reforma do problemático sector guineense da segurança.

Os chefes dos Estados-Maiores do Benin, Cabo Verde, Gâmbia, Nigéria e Senegal chegaram esta semana a Bissau para “ajudar a encontrar soluções práticas para os muitos desafios políticos e de segurança que ameaçam lançar o país numa instabilidade ainda maior” do que aquela em que até agora tem vivido.

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