segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ACTUALIDADE DA GUINÉ-BISSAU

No Decreto Presidencial, anunciado esta sexta-feira, constam duas exonerações, do Ministro da Administração Territorial, Luís Oliveira Sanca, e da Ministra da Solidariedade Social, Maria de Lurdes Vaz, e duas novas entradas, nomeadamente Baciro Dja para o Ministério da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria e Valentina Luísa Mendes para o cargo da Ministra da Solidariedade Social.

O Ministro da Justiça, Mamadu Saliu Djalo Pires, um dos mais experientes deste Governo, passa para Ministro dos Negócios Estrangeiros, funções que eram desempenhadas por Adelino Mano Queita que passa agora a ocupar a pasta da Justiça.

No Ministério do Interior, regista-se a mudança de Denis Cabelol Na Fantchamna para Administração Territorial e das funções do Interior, consta o nome de Fernando Gomes, ate aqui o Ministro da Função Publica, funções que agora passam a ser exercidas pelo Ministro da Defesa Nacional e dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Aristides Ocante da Silva.

A nível da Secretaria de Estado, a mudança foi mais evidente. O Secretario de Estado das Pescas, Maria Dias Sami, passa assumir agora a Secretaria de Estado do Ambiente, cargo que era ocupado por Tomas Barbosa, que conforme o mesmo decreto assume a pasta das Pescas


Após as reuniões do Conselho Superior de Defesa e Segurança, realizadas no início da semana na Presidência da República, as chefias militares estarão a ser consultadas no sentido do afastamento do Chefe de Estado da Armada, Bubo Na Tchuto, referem fontes angolanas ligadas à Missang.

O processo, que estará ainda na sua fase preliminar terá por base a recusa do Contra-Almirante em se submeter ao processo de reforma do Sector de Defesa e Segurança, actualmente em curso na Guiné-Bissau e cuja liderança pertence a Angola. Outro factor que terá contribuido para esta posição de força do Estado Maior é a atitude desafiadora que Bubo Na Tchuto tem assumido em recentes reuniões na Presidência, recusando mesmo marcar presença em algumas delas. O receio das potenciais consequências está também a pesar para o secretismo que tem estado a envolver todo o processo.

As últimas semanas têm sido fertéis em boatos relativos à vontade de Bubo Na Tchuto aproveitar a actual onda de contestação ao Governo que se faz sentir em Bissau para desencadear um novo momento de instabilidade política no país. Este não seria mais do que um pretexto que serviria de trampolim para o seu objectivo último de se tornar no líder supremo das Forças Armadas guineenses.

Estes receios relativos a Bubo Na Tchuto são indicativos da ansiedade que reina na capital. A população tem a noção clara de que a luta interna de poderes entre Bubo e Indjai é real e perigosa, podendo lançar a qualquer momento a Guiné-Bissau numa nova espiral de mortes e violência entre quartéis desavindos.


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