quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PONTA PÉ DE SAÍDA NAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE OS DOIS PAISES

Inpharma, Pioneira como Sempre.

A Guiné-Bissau começou este mês a consumir produtos farmacêuticos importados de Cabo Verde, cujo laboratório espera chegar ao fim do ano com um volume de vendas superior a 200 mil euros.

Nos últimos dias chegou à Guiné-Bissau o primeiro lote de medicamentos, com um valor de cerca de 50 mil euros, e há já encomendas para mais cerca de 100 mil euros de produtos farmacêuticos, explicou o diretor comercial da empresa Inpharma, Fernando Gil Évora, à Agência Lusa em Bissau.

A farmacêutica cabo-verdiana, com o apoio da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços da Guiné-Bissau, reuniu-se quarta-feira em Bissau com médicos, farmacêuticos e responsáveis do setor da Saúde, um encontro destinado a mostrar a produção e o controlo de qualidade que é feito no país vizinho.

O Director dos Laboratórios Inpharma de Cabo-Verde, Gil Évora, falou, esta quarta-feira, 14 de Setembro, acerca do protocolo assinado com o Laboratório de Saúde Pública da Guiné-Bissau, relativamente à realização de análises no âmbito da pecuária.

A Inpharma está interessada em proporcionar este serviço com o objectivo de fazer todos tipos de análises que não estão disponíveis na Guiné-Bissau.

«Da mesma forma como, em Cabo-Verde, mandamos análises para outras ilhas, podemos fazer o mesmo com Guiné-Bissau, uma vez que existem voos diários entre os dois países», referiu Gil Évora, que se deslocou a Bissau no âmbito da exposição de produtos farmacêuticos cabo-verdianos na Guiné-Bissau, esta quarta-feira, 14 de Setembro.

O Director dos Laboratórios Inpharma de Cabo-Verde expôs a ideia de intervir na área do pescado nacional, tendo destacado a importância das referidas análises para que o país possa exportar os seus produtos para o mercado europeu.

Por outro lado, Gil Évora disse que a situação de circulação, em grandes quantidades, de medicamentos de má qualidade no país, foi uma das razões que estimulou a Inpharma a investir na Guiné-Bissau, cujo mercado farmacêutico é ainda muito desregulado: «o mercado nacional está muito desregulado e existem muitos medicamentos de má qualidade em circulação».

Perante esta situação, o responsável perspectivou exportar medicamentos até ao final de 2011, no valor de cerca de 300 mil euros, e abastecer outras áreas do interior do país, bem como intervir nos materiais hospitalares.

Face a esta realidade de venda descontrolada de medicamentos nas vias públicas da Guiné-Bissau, Gil Évora chamou a atenção para esta questão, sublinhando que «com a saúde não se deve brincar».

Da parte do Governo, pronunciou-se o Director-geral do Sistema de Saúde Ambiental, Hidroildo António Pires, que, na ocasião, referiu que o Executivo está interessado a mudar de uma forma radical o hábito de venda de medicamentos na Guiné-Bissau.

A iniciativa de exposição de produtos farmacêuticos de Cabo-Verde na Guiné-Bissau partiu da Câmara de Comércio e Indústria, Agricultura e Serviço, em parceria com a sua congénere da Cabo-Verde, da Ilha de Sota Vento.

Baltazar Alves Cardoso, vice-presidente da Câmara do Comércio para a área empresarial, falou, esta terça-feira, 13 de Setembro, no âmbito da referida exposição, dizendo que há muitas dificuldades na origem da venda de medicamentos no país, advertindo o perigo que esta situação representa para saúde humana.

A iniciativa enquadra-se numa parceria pública e privada entre os dois países, no que diz respeito ao desenvolvimento das actividades dos sectores privados guineense e cabo-verdiano.

Esta exposição resultou de um protocolo assinado em 2010, durante a segunda missão empresarial de Cabo-Verde à Guiné-Bissau, entre a Central de Compra de Medicamentos (CECOMES) e a Inpharma.

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