quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ACTUALIDADE DA GUINÉ-BISSAU

O Movimento Nacional da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, organização que reagrupa mais de cem organizações, saudou hoje (segunda-feira) a distinção do ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires com o prémio Ibrahim, destacando os seus feitos como "estadista e governante".

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente e porta-voz do Movimento, Mamadu Quetá, disse que a distinção de Pedro Pires é um exemplo a seguir.

"É um exemplo para os estadistas africanos. Gostaríamos de um dia ver um governante guineense a ser distinguido com esse prémio", defendeu o porta-voz do Movimento, que também se dedica às questões da promoção da boa governação, democracia e paz na Guiné-Bissau.

O dirigente considerou ainda que Pedro Pires mereceu o prémio "por ter saído da presidência de Cabo Verde de forma digna", sem deixar factos pelos quais poderá ser acusado no futuro.

"É uma recompensa merecida, um reconhecimento de alguém que fez muito pelo seu país. Vale a pena sair a bem do que sair e mais tarde lhe ser apontado o dedo pela má governação", disse.

Por isso, felicitam o Presidente Pedro Pires, acrescentando que o prémio reflecte a personalidade que ele é enquanto líder africano, Presidente e governante de Cabo Verde".

"Ao longo dos anos que esteve como governante de Cabo Verde, não só como Presidente, mas também como primeiro-ministro, demonstrou sapiência na condução da governação, respeitando os princípios democráticos", afirmou Mamadu Quetá.

O responsável do Movimento da Sociedade Civil guineense destacou ainda o facto de Pedro Pires ser o segundo líder de países da expressão portuguesa a ser galardoado com o prémio Ibrahim, depois do ex-Presidente do Moçambique Joaquim Chissano.

Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, que governou entre 1986 e 2005, recebeu a primeira edição do prémio Mo Ibrahim, a 22 de Outubro de 2007.

Para Mamadu Quetá "é um grande feito para a Lusofonia e para a África em geral".

Pedro Pires foi hoje galardoado com o prémio Ibrahim, que distingue com quase quatro milhões de euros ex-chefes de Estado ou de Governo africanos que tenham promovido uma boa governação.

Primeiro-ministro durante os primeiros 16 anos da independência (1975/91) e chefe de Estado nos últimos dez (2001/2011), Pedro Pires saiu da vida política há apenas um mês, quando Jorge Carlos Fonseca lhe sucedeu como Presidente da República em setembro.

Entretanto, Mo Ibrahim, fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, nasceu no Sudão em 1946, é considerado um modelo do cidadão africano, bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio.

Ibrahim vendeu a empresa em 2005, sete anos depois de a ter criado, a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.

O Prémio lançado pela Fundação Mo Ibrahim visa distinguir o Sucesso na Liderança Africana e reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política.

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