segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

ACTUALIDADE DA GUINÉ-BISSAU

O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, apresentou sábado a sua candidatura a Presidente da República e vai disputar com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, o apoio do PAIGC, partido no poder, noticiou à Lusa.

Com eleições presidenciais marcadas para 18 de Março, na sequência da morte prematura do Presidente Malam Bacai Sanhá, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), deverá escolher dentro de poucos dias o candidato que vai apresentar ao escrutínio.

Carlos Gomes Júnior, presidente do partido, já se afirmou como "candidato natural", mas Serifo Nhamadjo disse sábado que também era candidato, considerando-se herdeiro e continuador dos valores e do trabalho de Malam Bacai Sanhá.

A cerimónia de apresentação da candidatura estava marcada para as 16H00 locais no salão nobre da sede do PAIGC, em Bissau, mas só começou duas horas depois, em camiões estacionados em frente do edifício, que esteve sempre fechado a cadeado.

A questão de a sede do partido estar encerrada não foi referida, mas a colagem a Malam Bacai Sanhá foi constante, a começar com um cartaz pendurado num dos camiões: "Obra di Mangas ca na para" (a obra de Malam Bacai Sanhá não para).

"Nhamadjo presidente", como gritavam as muitas centenas de pessoas que compareceram no local, foi considerado no "comício" improvisado como um "candidato de consenso, da união nacional e da concórdia".

"Se vocês gostam de Malam Bacai Sanhá, escolham Serifo para o substituir que ele vai seguir o seu trabalho", gritou-se do camião com colunas de som, de onde Serifo Nhamadjo disse que haver mais do que um candidato "é um exercício normal de democracia dentro do PAIGC".

Afirmando-se contra sectarismos, Nhamadjo disse querer seguir os passos do antigo Presidente, de "juntar as pessoas e não de as dividir".

"Convido-os a fazer parte do meu projecto, um projecto de fazer a reconciliação rumo ao desenvolvimento", disse Serifo Nhamadjo.

Na apresentação da candidatura estiveram diversos membros do comité central do partido, órgão que é composto por 351 elementos, aos quais caberá a tarefa de escolher o candidato.

Embora sem críticas a Carlos Gomes Júnior, Serifo Jakité, membro da candidatura de Nahmadjo, disse e reafirmou que o primeiro-ministro recebeu o voto do povo para governar todo o mandato e não para desistir para se candidatar a Presidente.

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