O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira que,
“em nenhum momento”,renunciou ao cargo de chefe de Estado.
Lisboa,
16 mai (Lusa) – O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo
Pereira, recordou hoje aos presentes numa reunião da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa que, “em nenhum momento”,renunciou ao cargo
de chefe de Estado.
Raimundo
Pereira leu uma comunicação aos representantes da CPLP reunidos na sede da
organização, em Lisboa, na qual sublinhou que “a nomeação de qualquer outro
Presidente da República é inconstitucional e não tem qualquer legitimidade
jurídica”.
O
Presidente referia-se à indicação do presidente da Assembleia Nacional, Serifo
Nhamadjo, para chefiar um período de transição.
“Sem
menosprezar os esforços da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental)“,
Raimundo Pereira reiterou que tanto ele como o primeiro-ministro deposto,
Carlos Gomes Júnior, sentado ao seu lado durante esta declaração, defendem a
“reposição da ordem constitucional anterior ao golpe de Estado”, registado na
Guiné-Bissau a 12 de abril.
Nesse
sentido, os dois líderes guineenses apelaram à CEDEAO que concerte posições com
as outras organizações internacionais, nomeadamente com a CPLP.
SBR/SCA
Lusa/Fim
Os Estados Unidos demarcam-se da escolha do presidente do Parlamento
para chefiar um governo de transição, clarificou hoje o embaixador
norte-americano em Portugal.
Lisboa,
16 mai (Lusa) – Os Estados Unidos apoiam os esforços dos Estados da África
Ocidental para resolver a crise na Guiné-Bissau, mas demarcam-se da escolha do
presidente do Parlamento para chefiar um governo de transição, clarificou hoje
o embaixador norte-americano em Portugal.
A
agência Lusa questionou o embaixador depois de, na terça-feira, o Departamento
de Estado ter recuado no reconhecimento, 24 horas antes, de Serifo Nhamadjo
como presidente de transição.
Allan
Katz afirmou hoje que a posição dos Estados Unidos é de apoio aos esforços da
Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para “um regresso da
Guiné-Bissau à ordem constitucional”, em “coordenação com a Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP) e outros parceiros”.
As
duas organizações têm posições divergentes relativamente a Nhamadjo, nomeado na
quinta-feira na sequência de um acordo entre responsáveis da CEDEAO e políticos
e militares guineenses. Sobre essa divergência, o embaixador afirmou que“essa é
uma das razões pelas quais (os EUA) contam com a CEDEAO, a CPLP e outros
parceiros para encontrarem uma solução” para resolver a crise e restaurar a
democracia.
O
apoio ao papel da CEDEAO “não implica” o apoio ao Presidente de transição, afirmou
o embaixador.
“Pensamos
que a CEDEAO é o veículo adequado para ajudar a coordenar e que a CPLP tem de
fazer parte desse esforço. Compreendemos, claro, que há questões que têm de ser
resolvidas, mas a nossa posição é de que um esforço de cooperação tem a maior
probabilidade de ser bem sucedido”, disse.
“Apoiamos
os esforços para trazer a Guiné-Bissau de volta a um contexto constitucional e
pensamos que isso deve acontecer rapidamente”, disse também.
Allan
Katz evocou ainda a decisão norte-americana de cortar a ajuda à Guiné-Bissau
após o golpe de 12 de abril, ajuda que só será retomada quando for reposta a
ordem constitucional.
Serifo Nhamadjo, nomeou hoje Rui Duarte de Barros para
primeiro-ministro de transição do país
Bissau,
16 mai (Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo,
nomeou hoje Rui Duarte de Barros para primeiro-ministro de transição do país.
A
nomeação surge através de um decreto presidencial (decreto número 7/2012)
assinado hoje por Serifo Nhamadjo e indica que Rui Duarte Barros, engenheiro,
foi "indigitado consensualmente pelos partidos políticos signatários do
Pacto de Transição Política".
O
decreto entra em vigor na data da investidura, diz também o documento da
Presidência da República, a que a Lusa teve acesso.
O
Pacto de Transição Política foi também hoje assinado em Bissau.
Rui
Barros foi ministro da Econimia e das Finanças da Guiné-Bissau em 2002 e mais
recentemente trabalhou na União Económica e Monetária da África Ocidental.
O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau
disse hoje que a interdição de viagens decretada recentemente visa apenas
acautelar que os membros do governo deposto estejam no país até à transferência
de poderes.
Bissau,
16 mai (Lusa) - O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na
Guiné-Bissau disse hoje que a interdição de viagens decretada recentemente visa
apenas acautelar que os membros do governo deposto estejam no país até à
transferência de poderes.
"Eu
sei que há da parte do Comando Militar a preocupação de não deixar sair nenhum
elemento do Governo deposto antes da transferência de poderes e então é nesse
sentido que foi feita essa lista", explicou o tenente-coronel Na Walna.
Daba
Na Walna comentou desta forma uma lista posta a circular no país nos últimos
dias na qual constam nomes de 58 pessoas interditas de sair do país, na sua
maioria membros do Governo deposto, empresários, deputados e pessoas próximas
do primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior.
"Na
verdade alguns nomes foram acrescentados nessa lista, o que é um equívoco. O
Estado-Maior General das Forças Armadas já tratou de passar um documento
particular a essas pessoas para que possam viajar sem problema",
acrescentou o porta-voz do Comando Militar protagonista do golpe de Estado de
12 de abril.
"Neste
momento só deve ser interditada a saída dos membros do anterior Governo até a
'passação' de poderes para os novos responsáveis. Mas se houver alguma urgência
de caráter humanitária, se a pessoa estiver doente, passa-se por cima da
interdição", declarou Daba Na Walna.
O
porta-voz do Comando Militar comentou igualmente a possível chegada do primeiro
contingente da força da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) para a Guiné-Bissau, constituída por militares da Nigéria, dizendo
tratar-se de "um facto normal".
"É
um facto normal dentro deste processo. É uma força da CEDEAO e não da Nigéria.
A Nigéria faz parte da CEDEAO e a vinda dessa força faz parte de um acordo e
vem cá supervisionar o processo da retirada da Missang", disse Na Walna,
referindo-se à Missão Angolana presente no país.
Questionado
sobre a data da chegada do contingente, que segundo as autoridades da Nigéria
deverá acontecer na sexta-feira, o porta-voz do Comando Militar disse que isso
será comunicado oficialmente pelo Estado-Maior General das Forças Armadas
guineenses.
Daba
Na Walna comentou também as informações que indicam que a União Africana acaba
de adotar sanções contra os autores do golpe de Estado na Guiné-Bissau.
"Segundo
as informações que ouvi, tal não corresponde a verdade. Mas se houver sanção
não constituiria surpresa para mim, porque como disse ninguém apoia um golpe de
Estado", observou o militar.
O
porta-voz do Comando Militar falava aos jornalistas à margem da assinatura de
um Pacto de Transição rubricado hoje entre os partidos políticos, Parlamento e
o Presidente da República de transição guineense, mas na ausência do maior
partido do país, o PAIGC.
"É
o término de todo um processo negocial no sentido do retorno à legalidade
constitucional como tínhamos dito", disse Daba Na Walna.
O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau disse hoje em Lisboa que
"está pronto" para voltar ao país e "continuar a trabalhar para
o bem da Guiné", que é o "dever de qualquer guineense".
Lisboa,
16 mai (Lusa) - O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau disse hoje em
Lisboa que "está pronto" para voltar ao país e "continuar a
trabalhar para o bem da Guiné", que é o "dever de qualquer
guineense".
Carlos
Gomes Júnior falava aos jornalistas à entrada da sede da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, onde chegou acompanhado do Presidente
interino deposto, Raimundo Pereira.
O
chefe de Governo até ao golpe de Estado de 12 de abril disse ainda acreditar no
regresso à normalidade constitucional no país. "Naturalmente",
declarou aos jornalistas.
Antes
dos encontros previstos na sede da CPLP, os dois dirigentes políticos
guineenses, chegados hoje de manhã a Lisboa provenientes de Abidjan, estiveram
reunidos com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e com o
primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
No
local, cerca de uma centena de guineenses gritava "viva à
Guiné-Bissau".
Em
declarações à Lusa, Jose Carlos Júnior, organizador do protesto, disse que
Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior "foram escolhidos nas urnas" e
sao, por isso, "os únicos representantes legítimos do povo".
"Estamos
com eles e foi isso que cá viemos dizer", afirmou, criticando o Presidente
de transição, entretanto nomeado em Bissau, que considera ser "um
representante da Costa do Marfim e da Nigéria".
"O
povo é que manda" e "Abaixo os militares" são algumas das
palavras de ordem gritadas pelos manifestantes que entoam também canções do
período da luta pela libertação.
O Presidente interino e o primeiro-ministro guineenses, depostos no
golpe de estado de 12 de abril, discutiram hoje em Lisboa com o Presidente da
República Portuguesa o regresso rápido à normalidade constitucional na
Guiné-Bissau
Lisboa,
16 mai (Lusa) - O Presidente interino e o primeiro-ministro guineenses,
depostos no golpe de estado de 12 de abril, discutiram hoje em Lisboa com o
Presidente da República Portuguesa o regresso rápido à normalidade constitucional
na Guiné-Bissau.
À
saída de um encontro de 45 minutos com Cavaco Silva, o Presidente interino
guineense, Raimundo Pereira, disse que o encontro com Cavaco Silva "foi um
momento particular para analisar os contornos da situação política atual na Guiné-Bissau,
os meios e a forma de trabalhar para que se possa chegar mais rapidamente à
legalidade constitucional".
Acompanhado
do primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Djaló Pires, e o embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Fali
Embaló, Raimundo Pereira disse ter-se deslocado ao Palácio de Belém para
agradecer "o apoio que a CPLP e em particular Portugal têm dado"
desde que começou a crise na Guiné-Bissau.
Os
dirigentes guineenses seguiram depois para o Palácio de S. Bento, onde irão
reunir-se com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O
Presidente da República interino e o primeiro-ministro da Guiné-Bissau,
depostos no golpe de Estado de 12 de abril, chegaram hoje de manhã a Lisboa,
provenientes da capital da Costa do Marfim, Abidjan, onde se encontravam desde
o dia 28 de abril.
Os
dois governantes depostos vão ser também recebidos ainda hoje, às 17:00, por
representantes dos países-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP), na sede da organização, em Lisboa.
Partidos políticos e Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
assinaram hoje na capital do país um Pacto de Transição Política
Bissau,
16 mai (Lusa) - Partidos políticos e Assembleia Nacional Popular da
Guiné-Bissau assinaram hoje na capital do país um Pacto de Transição Política,
que institui a realização de eleições presidenciais e legislativas no máximo de
um ano a partir de hoje.
O
Pacto foi assinado num hotel de Bissau pelo presidente em exercício da
Assembleia, Sori Djaló, e por partidos políticos legalmente constituídos mas
sem a presença do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde), maior partido e no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril.
O
Pacto é constituído por seis artigos e o último diz que produz efeitos
imediatamente após a assinatura, e constitui "o quadro legal para a
condução do país à normalidade constitucional".
No
documento aceita-se que seja Serifo Nhamadjo o Presidente da República de
transição, durante um ano e em funções até à posse do Presidente eleito,
gozando até lá "dos direitos e regalias inerentes ao cargo de Presidente
da República eleito".
A
presente legislatura da Assembleia Nacional Popular (ANP), que devia terminar
em novembro, "é prorrogada até à posse dos novos deputados" e durante
o período de transição as votações dos diplomas devem obedecer às normas
constitucionais e regimentais, diz também o documento.
O
primeiro-ministro será escolhido por consenso dos partidos e nomeado pelo
Presidente, e o governo, de 12 meses, "será constituído de base
alargada".
Segundo
o artigo 5.º do Pacto de Transição, o que nao estiver contemplado no Pacto hoje
assinado aplica-se o exposto na Constitituicao, o que for acordado
politicamente entre partidos ou as recomendacoes da Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental.
O
Pacto, que será depositado no Supremo Tribunal de Justiça, estabelece também
que nem o Presidente nem o primeiro-ministro se podem candidatar nas eleições
presidenciais e legislativas seguintes.
Assistiram
à assinatura do Pacto, além de militares e políticos, representantes dos
Estados Unidos, China, Líbia, Nigéria, Senegal, Rússia, Gambia, Mauritânia,
União Africana e CEDEAO.
O
presidente da Republica de transição, Serifo Nhamadjo, que presidiu ao ato,
disse que a partir de hoje "estão criadas as condições para que se faça
uma transição segura".
Bissau: 'Cadogo' e Raimundo Pereira não renunciam
16 de Maio, 2012 por Pedro
Guerreiro
O Presidente interino da
Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, recusou hoje a nomeação pela Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) de Serifo Nhamadjo para o
cargo de Presidente de transição.
Numa declaração à margem da
reunião desta quarta-feira entre Raimundo Pereira, o primeiro-ministro
guineense Carlos Gomes Júnior, ambos depostos no golpe de 12 de Abril, e representantes
dos países lusófonos na sede da CPLP em Lisboa, o chefe de Estado interno
considerou a nomeação de Nhamadjo «absolutamente inconstitucional». Raimundo
Pereira disse ainda que «nunca» renunciou ao cargo assumido interinamente após
a morte, em Janeiro, de Malam Bacai Sanhá.
Mais tarde, Gomes Júnior foi
taxativo sobre a pretensão de lutar pela reposição da ordem constitucional na
Guiné-Bissau, afastando a hipótese deexílio em Lisboa: «Para quê ficar em
Portugal? Eu sou o primeiro-ministro da Guiné-Bissau! Vamos à luta!».
À porta da sede da CPLP, cerca
de uma centena de guineense manifestavam-se contra a acção golpista.
Gomes Júnior e Raimundo Pereira
encontram-se desde as primeiras horas desta quarta-feira em Lisboa, onde
mantiveram encontros com o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho e o
Presidente da República Cavaco Silva.
Portugal e CPLP continuam a
condenar o golpe militar de 12 de Abril e a defender o reinício do processo
eleitoral interrompido. Recorde-se que Gomes Júnior vencera a primeira-volta
das presidenciais antecipadas, convocadas após a morte de Bacai Sanhá.
O apoio aos políticos depostos
do PAIGC por parte da Lusofonia permanece garantido, apesar da decisão da
CEDEAO, o bloco regional do ocidente africano, em nomear um chefe de Estado de
transição, numa cedência aos golpistas.
Hoje, e corrigindo afirmações
prévias que dariam a entender um apoio dos Estados Unidos a Serifo Nhamadjo,
Washington fez saber que saúda os esforços de mediação da CEDEAO, mas que
defende a reposição da ordem constitucional na Guiné-Bissau.
A discussão deverá voltar a
subir às Nações Unidas, após uma semana em que os parceiros regionais violaram
o aparente consenso em torno de Gomes Júnior e Raimundo Pereira.
"Nunca renunciei ao cargo de Presidente" - Raimundo
Pereira
Lisboa - O Presidente interino
deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, recordou hoje (quarta-feira) aos
presentes numa reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em
Lisboa que, "em nenhum momento", renunciou ao cargo de chefe de
Estado.
Raimundo Pereira leu uma
comunicação aos representantes da CPLP reunidos na sede da organização, em
Lisboa, na qual sublinhou que "a nomeação de qualquer outro Presidente da
República é inconstitucional e não tem qualquer legitimidade
jurídica".
O Presidente referia-se à
indicação do presidente da Assembleia Nacional, Serifo Nhamadjo, para chefiar
um período de transição.
"Sem menosprezar os
esforços da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental)",
Raimundo Pereira reiterou que tanto ele como o Primeiro-ministro deposto,
Carlos Gomes Júnior, sentado ao seu lado durante esta declaração, defendem a
"reposição da ordem constitucional anterior ao golpe de Estado",
registado na Guiné-Bissau a 12 de Abril.
Nesse sentido, os dois líderes
guineenses apelaram à CEDEAO que concerte posições com as outras organizações
internacionais, nomeadamente com a CPLP.
Guiné-Bissau: PM deposto diz que situação é "passageira e
"não pactua com atos ilícitos"
Lisboa, 16 maio (Lusa) -- O primeiro-ministro
deposto da Guiné-Bissau considerou hoje em Lisboa que a situação no país é
"passageira", realçando que "não pactua com atos ilícitos".
Questionado pelos jornalistas,
à saída de uma reunião na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), sobre a indicação de Rui Barros para chefiar um governo de transição da
Guiné-Bissau, hoje anunciada, Carlos Gomes Júnior disse que "o PAIGC já se
posicionou sobre isso e não pactua com atos ilícitos".
Lembrando que foi
"legitimamente eleito" para o cargo de primeiro-ministro, Carlos
Gomes Júnior assumiu "a responsabilidade de voltar" ao país
"logo que sejam tomadas as diligências necessárias".
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